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A Fera e outros poemas

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Descrição

A liberdade modernista, a não sujeição a estruturas estróficas tradicionais integra referências da mitologia clássica, como a Fera, ou o Minotauro, mas estas não se esgotam no sentido mitológico, antes são carne viva, presente cronológico e corporal. E no poema cabe ainda o erotismo feito corpo torneado de palavras incandescentes. Ou provocatórias. Como a «Música de cama» de David Mourão-Ferreira, como uma aventura física pelos mistérios da pele. Ou como a demência lúcida de Nava.

(do prefácio)

Uma coisa é essa coisa,

mas nenhuma coisa é uma palavra.

Uma palavra são várias coisas,

mas nenhuma palavra é só uma palavra.

 

Os nomes das coisas distinguem

o interior do avesso,

como etiquetas com instruções

de manuseamento e lavagem.

 

É trabalho dos poetas

arrancarem-nas pelas costuras,

tornarem as palavras nuas

e transparentes como o vidro,

 

incendiarem-lhes os telhados:

dar uma palavra a cada coisa,

tornar qualquer coisa

em todas as palavras.