Descrição
«(…) o nevoeiro que vem do mar e do rio, as tonalidades graníticas que emanam das suas pedras, fazem do Porto uma cidade secreta. Esse é um dos grandes mistérios do Porto, uma cidade pequena (…) mas que encerra em si muitos microcosmos, muitos recantos que obrigam o passeante que a tenta descobrir a estar muito atento aos pormaiores… sim, pormaiores, dado que seria uma ousadia chamar-lhes pormenores, que estão à espera de ser descobertos faz já muito tempo. Uma das formas de se captar esta secreta beleza do Porto e tentar perscrutar a sua alma é através da fotografia. E se a fotografia é a retenção de um instante irrepetível e que perdurará para a eternidade, então o fotógrafo António Maia tem uma capacidade única de eternizar esse(s) momento(s).»
César Santos Silva Professor de História do Porto, Portugal e Comtemporânea
«(…) Está lá tudo. [no Porto nos IS] Tudo o que eu gostaria de traduzir em palavras. Em prosa. E de um inegável modo poético. Tudo. O rio e as gentes. O mar e a terra. O cinzento e negro do dia. A claridade e luminosidade da noite. O Passado e a Modernidade. O olhar perscrutador do pescador, dos estaleiros e do engraxador. Uma cidade vi(n)da de Ontem, iluminando através das suas tradicionais clarabóias a urbe do Futuro. E o António vai por aí. Na busca dos rostos sulcados das gentes tripeiras que espreitam das janelas, portas e varandas. Na descoberta de perspectivas inusitadas – que é, afinal, uma outra forma de ver e percorrer a cidade. Registando os elementos identitários portuenses. Objectivando, através da sua objetiva, a dimensão imaterial da memória tripeira, ao mesmo tempo que reveste pictoricamente de fábula etérea a sua componente material. É deste jogo de luz, de contrastes, visões e revelações que é feita a Arte do António (…)»
Joel Cleto Arqueólogo e Historiador