Descrição
«(…) O Douro, como outros rios, viu a cidade e a sociedade virarem-lhe costas com a industrialização e o crescimento das cidades desde há mais de um século; este Rio foi transformado em traseira, para onde tudo o que sobra desliza para seu seio como por efeito da gravidade. (…) O Douro, esse, resiste. Ficará depois de todos termos ido. Agradecer-nos-ia, por certo, que quando partíssemos o deixássemos menos mal do que ele estava no primeiro dia que o conhecemos (…)»
José Alberto Rio Fernandes Geógrafo
«(…) O Douro, o mitificado pelos nossos escritores. Dele cantava Torga que era um excesso da natureza, mas também António Cabral, Agustina, João de Araújo Correia, todos eles foram tocados pela beleza indescritível deste curso fl uvial que parece que foi moldado pelos deuses em momento de grande euforia. (…) Sempre o Rio a brotar inspirações d’Ouro sobre gerações de artistas, poetas, escritores, pintores, todos bebendo daquela imagem de águas vivas com repetidos estados de fúria que somente as barragens conseguiram amansar, o que tornou mais raro o espectáculo do galgar do seu leito para fora das suas margens, parecendo estar enfurecido com os homens. (…) Sem dúvida que estamos a contribuir com uma profunda falta de respeito para com um Rio que tudo deu sem nada pedir em troca (…)»
César Santos Silva Historiador